terça-feira, 1 de setembro de 2009

Enquanto houver sol.


Um dia desses eu fui num daqueles parque de diversões grandes com brinquedos que te enchem de medo. Eu já tinho ido lá outra vez, com você, quando a gente pensava que tudo era fácil e que nosso amor ia durar pra sempre. Eu cheia de medo dos brinquedos radicais, você segurou minha mão, disse que ia ficar tudo bem. você sempre teve essa mania horrível de me fazer acreditar que tudo ia ficar bem.

Acabou me convencendo a ir numa daquelas torres altas que a gente cai lá de cima, de repente. Eu boba, concordei. Acho que me arrependi de ter ido nos primeiros dois metros que saí do chão, comecei a gritar e você segurou minha mão novamente e disse que ia ficar tudo bem, eu acreditei, eu sempre acreditava. O brinquedo caiu lá de cima, eu achei que tudo que tinha dentro de mim havia saído pela minha boca. Mas quando aquilo parou e vi você do meu lado segurando a minha mão, soube que tudo estava bem.

O nosso amor não durou, mas o parque de diversões continua lá. E continua igualzinho.

Quando olhei para aquela torre alta, morri de medo, tudo outra vez, achei que não consegueria enfrentar aquilo sem você do meu lado. Respirei fundo, tomei coragem e fui. Me arrependi novamente depois dos dois metros longe do chão, e você não estava lá para segurar minha mão e dizer que tudo ia ficar bem. Então eu gritei, como eu gritei. Gritei por você que não estar mais do meu lado, gritei por mim aqui sozinha e também pela altura que eu estava. E aconteceu, o brinquedo caiu, eu senti que tudo que tinha dentro de mim ia sair pela minha boca. Quando acabou e eu pisei no chão outra vez eu me senti bem, me senti segura. E descobri que o que eu precisava não era você do meu lado para me dizer que tudo ia ficar bem, precisava era de chão firme pra entender que caminhando sozinha, eu até posso sofrer um pouco, mas posso chegar, e muito bem, a qualquer lugar.

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