sábado, 2 de janeiro de 2010

The end has no end

Toda vez que vejo uma mulher choramingando o fim de um relacionamento eu fico pensando. A maioria das pessoas que não termina por um motivo de força maior como uma traição descoberta, ou uma briga louca acaba chegando ao final do relacionamento ouvindo (ou falando) aquela tão conhecida frase: "não é que eu deixei de te amar, o problema é comigo, eu não estou bem, para eu ficar bem com alguém, preciso estar bem comigo primeiro."
Pois eu não acredito muito nessa história, já viu criatura que sabe menos ficar sozinha do que ser humano, primeiro grudado nos pais, depois amigos, depois num namorado, depois os amigos outra vez, de vez enquando volta pro colo dos pais e assim vai... A vida toda. Então por que quando quer acabar com um romance vem com essa de que preciso ficar sozinho, bem consigo mesmo?! Para mim essa não cola mais!
Vai, abre o coração. solta aí que não aguenta mais o outro, ou que até aguenta, mas como achava sacanagem trair está terminando pra poder soltar a franga por aí. Diz que ter vinte é melhor que ter um só. Mas não vem com essa de que ainda ama. Se amasse concertava junto. E se está em dúvida não é amor.
Acho que machuca mais ficar se perguntando por que se ele me ama desistiu de mim, do que ter a consciência de que ele não queria mesmo.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Quando você está longe, a mim só resta lembrar.


Que eu não devia ter deixado você entrar na minha vida eu já estou cansada de saber. Tanto sofrimento, mentiras e lágrimas depois deixaram isso mais do que comprovado. Mas que eu não deveria também deixar entrar na minha casa?! Isso eu não fazia idéia.
Todos nós temos um cantinho, um lugar para fugir de tudo e de todos de vez em quando. Não falo daquela praia maravilhosa ou daquele hotel 5 estrelas que você viaja para relaxar até seu último pensamento estressado. Eu falo do seu refúgio diário, que você corre ao final do dia quando não quer ver ninguém: o lar doce lar.
A minha casa sempre foi um bom canto, com as minhas coisas bagunçadas cada uma em seu lugar, com o meu cheiro, o meu jeito e a minha personalidade. Até você chegar.
Agora é seu cheiro que eu sinto no meu travesseiro, é de você apoiado na sacada que me lembro quando olho a vista, é seu jeito jogado que me volta à memória quando deito no sofá.
Odeio que o meu lugar esteja cheio de você, odeio que a minha memória e minha casa estejam impregnadas de sua presença. Odeio como você caminhou por todos os cômodos e não deixou nenhum escapar de sua presença cheia de luz e vida que me faz perder o ar cada vez que lembro. Odeio como me jogar na cama não tem mais a mesma preguiça e assistir televisão não tem mais a mesma falta de objetivo. Agora tudo tem uma falta absurda de você, ao mesmo tempo sua presença transborda tanto aqui que não me deixa descansar.
Odeio ter deixado você entrar no meu coração e mais ainda odeio ter deixado você invadir minha casa dessa maneira, pois desde então até os porta-retratos, os quadrinhos velhos, os CDs empoeirados e a orquídea murcha da sala sentem falta do seu sorriso bobo.
Eu nunca deveria ter deixado você entrar na minha casa, muito menos na minha vida. Mas essa vontade de te ouvir batendo na porta outra vez, não sai de mim.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Os meus olhos vidram ao te ver...

Pode ter sido meu ex que estava na balada, pode ter sido a música, talvez alguma coisa na bebida, uma iluminação diferente, o seu jeito de jogar o cabelo para trás. Na verdade eu tenho tentado entender, mas ainda não sei bem o que me fez olhar para você naquela noite.
Talvez a sensação de que era impossível, talvez seu jeito de quem não sabe o que pode ou então seu sorriso que me faz ter vontade de largar tudo e te levar pra longe. Não, não sei bem o que foi, mas eu olhei. E bem no auge das minhas certezas de que você nunca havia me notado e nem nunca ia notar, você olhou de volta. Eu fiz pouco, disse que não era para mim, fingi que era coincidência, apesar de você me acompanhar com seus olhos infantis para onde eu fosse.
Foi preciso você vir falar comigo no final da noite para eu entender que meu olhar não te atravessou, mas parou exatamente nos teus olhos e sustentou o silêncio entre nós mesmo com todo o barulho em volta.
Eu que às vezes sou tão fraca, sustentei teus olhares com uma força que não sabia que existia em mim, te entreguei minha alma nesses olhares e você a recebeu como ninguém teria feito, você a recebeu com um sorriso tímido que me fez ter vontade de ser sua para sempre. Mas para o meu coração tantas vezes remendado e já tão desconfiado, foi díficil acreditar.
Foi preciso um beijo rápido e fugaz para eu entender que não eram apenas meus olhos que você queria. Foi preciso um beijo de entrega para eu saber que eu poderia sustentar bem mais que teus olhares.
Mas foi preciso pouco, muito pouco para eu perceber que seja lá o que me fez olhar para ti, chegou tarde demais.
Teus olhos já tem outros olhos que não os meus, teu sorriso tímido já acalentou outra alma que não a minha e teu beijo fugaz já se tornou eterno em outra boca.
Talvez tenha sido uma chama de coragem que reacendeu, eu já tentei, mas não consigo saber o que foi que me fez querer estar nos teus braços, mas que chegou tarde demais.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Sorry love i'm not at home


Meus ônibus era às nove horas da manhã, mas atrasou, como sempre acontece quando eu viajo. Mas tudo bem a paciência até que estava grande e a ansiedade maior ainda.

Entrei no ônibus e para começar tinha alguém sentado no meu lugar, dormindo. Cutuquei o cidadão, ele saiu do meu lugar, e sentou na poltrona do lado (da qual ele não deveria ter saído). Para começar bem o trajeto, o lugar que eu sentei já estava quente da bunda de um
desconhecido, o que eu acho extremamente desagradável, sei lá, mania minha.
Começou a viagem e para a minha enorme alegria, o meu vizinho de poltrona usava uma colônia barata que ataca a rinite até de quem não tem rinite. Como se isso não bastasse tinha uns espasmos esquisitos no braço, toda vez que eu estava quase dormindo ele tinha um espasmo e me dava uma cotovelada no braço, isso enquanto ele dormia. Normal, minhas experiências com veículos de viação coletiva são bem piores do que essa, que eu tirei de letra. Três horinhas depois eu já estava em Torres.

Meu anfitrião, é claro, atrasou-se para me buscar e eu tive que ficar uns minutos na rodoviária.
Isso sim me tira do sério, tenho um pânico horrível daquela rodoviária de Torres, que parece não circular o ar e os cheiros de lá ficam presos no seu nariz mesmo horas depois de você ter conseguido escapar do lugar.
Ok, os traumas de infância junto à maldita rodoviária foram deixados para trás, eu fui para a casa do meu anfitrião parecendo uma criança feliz em vê-lo. Na verdade eu estava uma criança feliz em vê-lo.
Comecei o encontro com uma declaração simples, rápida e indolor:
"-Eu vim te visitar com uma condição só...
-Qual?!
-Você tem que fazer tudo que eu quiser!"
Nessa hora achei que ele ia me jogar pra fora do carro, mas me enganei, com o bom humor de sempre, deu aquela risada que eu odeio, e continuo o caminho para sua casa.
Sim, eu saí da minha cidade e fui até Torres para visitar um garoto do qual odeio a risada! Esse é o ponto chave da coisa. Eu encontro ele, a gente vive algumas horas felizes, se diverte muito um com o outro e nos despedimos como bons amigos. Por isso que dá certo, sem cobrança, sem excesso de intimidade, sem apresentar família, sem deveres e sem nenhuma preocupação do que o outro pensa (pelo menos da minha parte), o que torna tudo mais fácil.
Mas voltando ao relato, cheguei a casa dele, fui apresentada ao companheiro de apartamento e já comecei a tomar conta do local. Incrível a minha capacidade de bagunçar um ambiente no mínimo tempo possível. Nem eu percebo quando vou tirando as coisas do lugar. Quando vejo parece que tudo voou para o lugar errado por contra própria e só para me provocar, mas nem tanto, com o tempo aprendi a parar de ligar para esses objetos voadores.
Como era seu aniversário, comemorei e comemorei, muito. Sem nem lembrar de você. Que era o principal objetivo da viagem.
Tomei uma canseira de passear no shopping com os moradores felizes do nº 9206. Nunca vi dois homens olharem tanta vitrine e andar pra lá e pra cá num shopping, pareciam duas moças. E quando eu reclamei ainda tive que ouvir a máxima:
"-Ah, é que a gente nunca vem no shopping!"
Reclamei, mas no fundo eu gostei bastante do passeio, seu jeito despreocupado de segurar minha mão enquanto a gente andava um do lado do outro, até me deixou meio sem graça. Você
segurava ela meio pela metade, meio como quem não liga, mas quando eu soltava a sua mão, vinha logo atrás da minha outra vez. E quando eu tentava sair do seu lado para olhar alguma coisa, me segurava pelo bolso da calça, meio como quem diz "-Aonde você pensa que vai sem mim?".
É com esse jeito de menino despreocupado com a vida que você me surpreende e me faz querer voltar para essas visitas rápidas, mas muito intensas e que me fazemesquecer que todo o resto existe. Como eu adoro ficar do seu lado só pra esquecer que todo o resto existe.
Você gosta de coisas que eu acho totalmente desinteressantes, acredita em outras que eu juro de pé junto que não existem. Mas é incrível como mesmo discutindo por tudo a gente se dá bem. É que ao contrário dos casais apaixonados, nossas discussões não são brigas difíceis, e sim conversas despreocupadas e cheias de risadas, porque soubemos desde o início que a gente
não queria chegar num acordo, nossas discussões não tem a pretenção de chegar a lugar nenhum. Nós dois não temos a pretenção de chegar a lugar nenhum. Isso que faz a gente ser um casal de "de vez em quando" tão bom.
Você decidiu que a gente iria jantar com o seu primo que também estava pela cidade, eu concordei. Concordei também com o lugar que você escolheu e com a roupa que você me perguntou se estava boa. Concordei com tudo, porque como tirei o final de semana para ser sua,
resolvi que ia ser sua inteira e do jeito que te agradasse. Até para cozinhar para você eu me ofereci, mas o supermercado 24 horas lotado a 1 da manhã acabou com os nossos planos.
O jantar foi bom, mas voltei pra sua casa sem querer dormir. Não era falta de sono não, que depois da maratona do dia anterior me sobrava pesando nas pálpebras. É que uma ligação resolveu encurtar o nosso final de semana e a gente sabia que as 7 da manhã você teria que ir trabalhar e só voltaria depois que eu tivesse ido embora.
Deitei do seu lado e tentei ficar conversando, mas o cansaço me venceu, você disse que tudo bem,
também precisava dormir e me abraçou forte. Ficamos assim, fingindo que dormir abraçado é a melhor coisa do mundo. Parecendo um casal apaixonado de verdade, só que sem toda aquela preocupação de será que ele gosta de mim? O que será que ele pensa de mim?! O que você
pensa ou deixa de pensar de mim não me preocupa nem me tira o sono, e isso que fez meu final de semana tão feliz.
Alguns minutos depois eu vim a descobrir que o que tira meu sono é o seu ronco que parece um trator e seu braço pesado que apesar das minhas tentativas decidiu que ia ficar abraçado em mim e pronto.
Dormi pouco, acho que umas duas horas no máximo, mas tudo bem, eu já tinha me programado para dormir pouco no final de semana. Quando tocou o despertador você nem se comoveu, deliguei ele e te balancei, avisando que estava na hora de acordar. Então você virou para mim, ainda com os olhos fechados, e disse com uma voz de criança mimada: "-Eu não quero ir trabalhar!". Me deu uma vontade louca de colocar você no colo e dizer que era melhor ficar em casa mesmo, que sair cedo desse jeito pode até fazer mal para saúde. Mas não, como boa não
namorada te dei um chute, mandei você parar de ser preguiçoso e ir tomar um banho. Meio a contragosto você obedeceu. Quando estava entrando no banheiro ainda olhou para mim deitada na cama e perguntou se eu não ia fazer seu café da manhã. Mais uma vez eu podia ter discordado, mas para quê?! Eu tinha decidido ser sua aqueles 2 dias, então fui e preparei um sanduíche com o que havia na geladeira.
Fique te olhando tomar café e na hora em que foi embora me deu um abraço forte e agradeceu pela visita. Me deixou uma chave para eu passar por baixo da porta depois que fosse embora.
Chave na mão e seu quarto para mim? Fingi que você era só meu, deitei bem espalhada na sua cama e dormi o que você não tinha me deixado dormir durante a noite.
Acordei independente, passiei sozinha pela cidade, fingi que conhecia tudo. Depois
do almoço voltei para sua casa, encontrei seu amigo por ali fazendo as coisas dele e fui para o seu quarto. Deitei na cama, li um livro, fiz de conta que suas coisas pertenciam todas a mim também, me diverti uma última vez fingindo ser sua e fui embora sem deixar por menos: um bilhete de poucas palavras em cima da cama, uma borrifada do meu perfume perto do travesseiro,
e uma presilha meio sem querer querendo esquecida no balcão do banheiro. Só pra você lembrar que quando quiser alguém para fingir de sua eu estou a disposição. E sem toda aquela dor e drama que isso parece ter, no fundo eu sei que às vezes você adora fingir que é meu também, só para variar nessa nossa solteirice convicta.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Não diga que você não volta, eu não vou conseguir dormir.


Tô sozinha! Não, não! não é falta de homem, namorado, ou casos em geral. É falta de amiga mesmo! Minha melhor amiga surtou e resolveu que ia passar 11 dias na Itália. Bem longe de todo mundo e pior de tudo: bem longe de mim!

Ela foi embora hoje, mesmo eu tendo visto ela pela manhã, já estou sentindo falta de ligar para falar qualquer coisa... Então enquanto isso, vou fazendo por aqui um diário, pra ela poder acompanhar minhas aventuras sem minha melhor amiga...

Não pude levá-la no aeroporto, porque como coincidência pouca é bobagem, fui sorteada na escala para fazer aquele plantão alegre de sexta a tarde no Hospital da clínicas, e como sorte pouca também é bobagem: trocar o dia do plantão não era uma opção viável. Mas tudo bem, quem sou eu pra reclamar de uma semana que foi bem boa até?! Tirando umas notas baixas e uns tropeções.

Fui feliz para o meu plantão. Lotado, entupido, peidando gente. Fila, fila, fila, torção de pé, suspeita de gripe suína, fila, alergia, fila, mais gripe suína, cefaléia, cefaléia, gripe suína, paralisia de bell (peeeeega essa), gripe suíne, bêbado, bêbado, fila, gripe suína, fratura de fêmur, bêbado, gripe suína, fila, fila, fila: 18:30! Quase hora de ir embora, mas não sem antes um super médico vindo cobrir os 30 minutos finais do plantonista que teve que sair antes. Então rolou uma briga básica da estágiária metida com o atendendo super-foda-do-HC sobre o sinal de blumberg, que segundo ele estava presente numa paciente apendicectomizada e após compressão de fossa ilíaca esquerda. Briguei! Não adiantou. Acabou com ele dizendo: FIZ RESIDÊNCIA DE CIRURGIA GERAL NO CAJURU! Cajuru? Pau no teu c*! 19:00! Fugi!

Cabeleireiro, sushi, último capítulo da novela = lágrima + lágrima + lágrima + lágrima = Inundação!Eu fazendo inundação em casa e não podendo ligar pra melhor amiga?! E daí que o motivo mais era o Raj e a Maya, personangens de uma novela que eu só assiti os últimso dez capítulos?! POXA! Eu me apego fácil.

Amanhã, viagem fera para Torres! Eu aqui ansiosa, e cadê a melhor amiga?! Tá a caminho do rio de gnoche! Mas fazer o que né, só deixei ela ir, porque me jurou trazer a torre de pisa de presente. Querida!

Nada fácil essa vida sem melhor amiga...

A saga continua!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Enquanto houver sol.


Um dia desses eu fui num daqueles parque de diversões grandes com brinquedos que te enchem de medo. Eu já tinho ido lá outra vez, com você, quando a gente pensava que tudo era fácil e que nosso amor ia durar pra sempre. Eu cheia de medo dos brinquedos radicais, você segurou minha mão, disse que ia ficar tudo bem. você sempre teve essa mania horrível de me fazer acreditar que tudo ia ficar bem.

Acabou me convencendo a ir numa daquelas torres altas que a gente cai lá de cima, de repente. Eu boba, concordei. Acho que me arrependi de ter ido nos primeiros dois metros que saí do chão, comecei a gritar e você segurou minha mão novamente e disse que ia ficar tudo bem, eu acreditei, eu sempre acreditava. O brinquedo caiu lá de cima, eu achei que tudo que tinha dentro de mim havia saído pela minha boca. Mas quando aquilo parou e vi você do meu lado segurando a minha mão, soube que tudo estava bem.

O nosso amor não durou, mas o parque de diversões continua lá. E continua igualzinho.

Quando olhei para aquela torre alta, morri de medo, tudo outra vez, achei que não consegueria enfrentar aquilo sem você do meu lado. Respirei fundo, tomei coragem e fui. Me arrependi novamente depois dos dois metros longe do chão, e você não estava lá para segurar minha mão e dizer que tudo ia ficar bem. Então eu gritei, como eu gritei. Gritei por você que não estar mais do meu lado, gritei por mim aqui sozinha e também pela altura que eu estava. E aconteceu, o brinquedo caiu, eu senti que tudo que tinha dentro de mim ia sair pela minha boca. Quando acabou e eu pisei no chão outra vez eu me senti bem, me senti segura. E descobri que o que eu precisava não era você do meu lado para me dizer que tudo ia ficar bem, precisava era de chão firme pra entender que caminhando sozinha, eu até posso sofrer um pouco, mas posso chegar, e muito bem, a qualquer lugar.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Apenas mais uma de amor.

Ontem antes de dormir eu resolvi rezar, isso mesmo! Bem eu que nem sei direito se acredito em Deus resolvi juntar as palmas das mãos e pedir pro homem lá de cima para te esquecer. Com a maior fé do mundo, você se visse não iria acreditar.
Não foi também nenhuma daquelas rezas devotas, foi meio um bate-papo: "- Tipo assim Deus, será que dava para o Senhor tirar esse cidadão da minha cabeça, que desse jeito tá difícil. Será que tem como tirar ele do meu coração junto, que tá ficando complicado continuar." Deus deve ter me achado super descolada. E fui dormir, com toda a minha convicção cheia de fé que ia acordar hoje sem lembrar que tinha te conhecido.
Não foi bem assim, eu acordei lembrando, muito e bem de você. Como sempre pensei várias vezes em você durante o dia, mas diferente da maioria dos dias, não dei de cara com você na rua, nem com nenhum dos seus amigos; não vi um carro igual ao seu, o que me faz olhar para ver se é sua placa; pra ser sincera, eu nem lembrei de ficar espiando sua casa quando passei perto da sua rua. Daí comecei a pensar, tá então o senhor aí do alto pode não ter feito uma lavagem cerebral em mim, mas até que deu uma ajudazinha pra quem rezou uma vez só.
Quando eu estava pensando que talvez fosse ter mais uma conversa despreocupada com o além esta noite, encontrei uma conhecida que não via há algumas semanas, ela me apresentou o noivo de quem sempre fala tanto, quando vi o futuro marido da minha colega não tive dúvida: "-Você! Eu te conheço, mora no prédio do meu ex!". Ele falou que realmente já tinha me visto por lá. E a menina disse que então era por isso que tinha sempre a impressão de já me conhecer antes, afinal ela mora com o noivo, no prédio do meu cidadão.
Daí eu parei e pensei: "poxa Deus, tá me tirando?"